Essa pergunta soa quase como uma música, não é?
Talvez seja por isso que me apaixonei tanto por Partilhar, da AnaVitória com Rubel.
A letra é uma declaração doce, quase sussurrada, sobre o desejo de dividir não apenas os dias bons, mas também os inevitáveis tropeços, os detalhes do cotidiano e até mesmo os silêncios.
Porque partilhar é isso: é abrir espaço na sua vida para que outro alguém se sente à mesa, te olhe nos olhos e diga: “Eu fico.”
E, ao pensar nisso, não tem como não lembrar do meu esposo Izaac.
É ele, sem dúvida, quem eu escolho para partilhar tudo — e olha que o “tudo” carrega mais do que sorrisos e manhãs de sol.
Partilhar a vida é muito mais complexo do que os filmes e músicas sugerem. Não é só sobre flores. É sobre os espinhos também. E, mesmo assim, é a coisa mais bonita que podemos fazer.
Quero partilhar as manhãs preguiçosas, quando o café esfria na xícara porque a conversa ou o silêncio entre nós é mais importante do que qualquer outra coisa.
Quero partilhar as viagens que fazemos, mesmo aquelas em que nos perdemos no caminho e acabamos discutindo sobre quem deveria ter olhado o GPS.
Quero partilhar os dias difíceis, aqueles em que parece que o mundo inteiro resolveu pesar nos nossos ombros. Porque sei que, mesmo nesses dias, o peso fica mais leve quando ele segura a minha mão.
Quero partilhar as contas para pagar, as goteiras que surgem do nada, a lâmpada que sempre apaga na hora errada.
Não é glamour, eu sei, mas é vida — e a vida, com ele, vale a pena.
Quero partilhar os momentos ruins também. Aqueles em que a paciência se perde e as palavras saem atravessadas.
Quero partilhar o trabalho de consertar o que não vai bem, porque o amor não é algo que só acontece; é algo que construímos, dia após dia, escolha após escolha.
Quero partilhar o riso, aquele que vem fácil, de coisas bobas que só nós dois entendemos.
Quero partilhar as conquistas, grandes ou pequenas, porque sei que os olhos dele brilham tanto quanto os meus quando algo dá certo.
Quero partilhar os abraços que curam, as piadas que só ele sabe contar, o jeito como ele transforma o caos em calma.
Partilhar é isso: é um ato de coragem.
É como abrir as portas da sua casa e dizer: “Entre, mas saiba que nem tudo está arrumado.” Porque a vida nunca é impecável. Sempre tem um quarto bagunçado, uma gaveta que não fecha direito, uma rachadura na parede.
E ainda assim, a gente abre as portas. Porque vale a pena.
A letra da música fala sobre querer partilhar a vida boa com alguém.
Mas eu acho que ela deixa implícito que, para a vida ser boa, ela precisa ser partilhada — com as imperfeições e tudo. Porque dividir o que somos, por completo, é o que dá sentido a tudo.
Então, Izaac, que a gente siga partilhando. Tudo.
O riso, o choro, as brigas que acabam em abraço, as viagens, os silêncios, os sonhos, as bagunças.
Porque com você, eu quero partilhar tudo, até o fim.
Textinho romântico após ter a certeza de que escolhi a pessoa certa para partilhar a minha vida. (E tem TPM no meio).
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